Esse trabalho explora as [a]temporalidades da construção do conhecimento de grupos sociais de resistência, trazendo dois aspectos importantes da minha pesquisa: a transdiciplinaridade e o conceito de interseccionalidade. Nessa primeira instalação da série “Camadas de camadas: corpos que falam” Os fragmentos extraídos pelo ato de descascar as várias camadas de tinta de uma velha porta de madeira, somado às frases extraídas de maneira fragmentada dos textos de mulheres, simbolicamente apresenta a idéia da construção da Cultura através do Tempo. Paralelamente, estes mesmos fragmentos que tem formatos topográficos, também afirma o caráter constelatório do conhecimento dentro de vários movimentos, sobretudo o feminista, hoje compostos por diversas frentes de pesquisa denotando a diversidade ampla e heterogênea desta luta. Retornar esses elementos ao tronco de madeira com tinta acrílica nas cores primárias traz luz poética sobre o caráter tanto coletivo quanto introspectivo dessas construções. As mulheres citadas nesse trabalho são: María Elvira Días-Benitez, Claudia de Lima Costa, Orchy Curiel, Helena Ignez, Sueli Aldir Messeder e Bell Hooks.

Memorial Descritivo: A instalação “Camadas de camadas: corpos que falam I” reúne 13 objetos e lascas de tinta branca de uma porta descascada. Esses objetos são compostos por tinta acrílica, fragmentos de tinta descascada e frases adesivas extraídas de textos de mulheres diversas feitas com uma rotuladora mecânica.